7ª BIENAL DO MERCOSUL
ESPAÇOS PARA DIALOGAR SOBRE A COMUNICAÇÃO EM SUAS DIFERENTES MANIFESTAÇÕES
Artistas em disponibilidade: a educação como um espaço para o desenvolvimento de micropolis experimentais
A 7ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul propõe reforçar a figura do artista como um ator social e constante produtor de um sentido crítico necessário, posicionando seu olhar no cerne de cada uma das exposições e programas. Assim, na 7ª Bienal, são os artistas que ocupam a função de curadores, desenvolvem as ferramentas e programas educativos, e coordenam a comunicação e o sistema de publicações. Em seu conjunto, a 7ª Bienal propõe uma guinada metodológica: um sistema centrado nos processos de criação – mais que em temas específicos – onde ação e reflexão (Grito e Escuta) operam como as ferramentas a partir das quais a Bienal se articula em sua totalidade.
O título da Bienal – Grito e Escuta – propõe um chamamento e destaca a intenção da 7ª Bienal de incorporar um amplo espectro de conteúdos: desde o artista que realiza uma ação para gerar uma transformação ou um impacto concreto sobre a realidade, até o artista que promove a atitude reflexiva e a escuta ante o entorno, que resgata o poder do diálogo como modelo possível de construção para uma sociedade melhor.
Grito e Escuta se refere à importância de explorar a comunicação multidirecional através de múltiplas linguagens, com a intenção de alterar a hegemonia da visualidade. A 7ª Bienal do Mercosul explora a sonoridade, o movimento corporal, a vivência social e a vivência pedagógica como partes integrantes da experiência da arte hoje.
Em sintonia com essas ideias, a Curadoria Pedagógica da 7ª Bienal propõe dar visibilidade a propostas educacionais não-formais desenvolvidas de maneira independente por artistas contemporâneos e educadores. Essas propostas pretendem ocupar os espaços vazios deixados no terreno da educação geral e da educação artística em particular e ainda não modificados. Gradualmente, os artistas e intelectuais ocuparão tais espaços com múltiplas iniciativas independentes e projetos específicos orientados a restabelecer vínculos sociais, expandindo sua área de trabalho, repensando a própria prática e respondendo às necessidades tanto da comunidade artística quanto da sociedade em geral. Em alguns casos elaborarão projetos artísticos que apresentam, a nosso ver, um grande capital pedagógico, ou metodologias experimentais e não-formais na área educacional que entraram em contato, por meio do diálogo e da confrontação, com os formatos da educação oficial e programática. A 7ª Bienal propõe alimentar-se dessas propostas criativas, transferindo suas metodologias e filosofias ao centro de seu Projeto Pedagógico.
Esse diálogo entre a arte e a educação engloba, assim, um espaço de intimidade autônomo que abriga pequenas ações orientadas à exploração da realidade e ao exercício de um pensamento poético e livre, independente do imaginário social e homogêneo apresentado pelo sistema institucionalizado.
Esta Curadoria Pedagógica propõe pensar o Projeto Pedagógico como uma prática concreta e experimental e, ao mesmo tempo, abre canais para a construção de novos conhecimentos e experiências sobre o funcionamento das comunidades e sociedades contemporâneas, a arte contemporânea e as propostas de artistas presentes na 7ª Bienal.
Temos interesse em considerar certos pressupostos de trabalho, entre eles:
a) A obra de arte: A obra de arte é a concreção do pensamento do artista, é um objeto, projeto ou ação que não se esgota em si mesma, mas que tem a qualidade de ser geradora de perguntas e de exercitar a reflexão. A obra de arte é, em uma de suas possibilidades, uma ferramenta que permite uma experiência cognitiva, e tem a qualidade de ser detonadora de uma série de trocas intelectuais e sensíveis: estéticas, políticas e filosóficas.
b) O espectador: Consideramos o espectador como um ator social, agente ativo e cultural com um potencial próprio para a expressão, a ação e a troca livre de ideias. Cada espectador tem um caudal de informação e uma experiência tanto individual quanto comunitária que configuram uma inteligência especial em cada um e necessária para o conjunto do grupo social.
c) A interdisciplinaridade contemporânea: Dentro da arte contemporânea, cada artista constrói seu próprio axioma de trabalho levando em consideração diferentes disciplinas do conhecimento. Muitos artistas contemporâneos dialogam e estabelecem leituras alternativas e não-formais de disciplinas tais como a história, a astronomia, a biologia, a sociologia, a antropologia, etc. O que acontece quando os artistas se envolvem com outros saberes e metodologias de conhecimento?
d) Prática e teoria: Prática e teoria serão trabalhadas em uma relação íntima hierarquizando o vínculo da experiência como capital para a construção de signos e sua possibilidade de tradução em uma expressão e ação concreta. Esticar a corda entre a prática e a teoria será um desafio para o projeto.
Que tal dar a oportunidade de reflexão aos nossos educandos através da 7ª bienal????
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